Obras de autoras periféricas que enriquecem a literatura

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No mês em que se celebra a luta das mulheres, destacamos obras literárias escritas por autoras das periferias brasileiras que trazem perspectivas e experiências enriquecedoras para o universo cultural do país. A frase da escritora Octavia Butler, “Iniciei minha escrita sobre autoridade porque era algo que me faltava”, presente em seu romance Kindred, resume a razão pela qual essas mulheres escrevem: para tomar posse do espaço que lhes foi negado por séculos.

As mulheres sempre tiveram um papel essencial na manutenção da vida e na luta por igualdade, mas historicamente suas vozes foram silenciadas e sua participação na sociedade foi discreta. Esse silenciamento é ainda mais intenso quando se trata das mulheres das periferias.

A escrita dessas autoras não só apresenta a vida e as relações nos espaços de favela, mas também cria novos mundos e propõe novas realidades maravilhosas que poderíamos experimentar.

Por isso, selecionamos algumas sugestões de leitura de autoras que escrevem a partir das periferias, transcendo as fronteiras geográficas e incluindo fatores sociais, raciais e de gênero.

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Quarto de despejo: Diário de uma favelada

O livro de Carolina Maria de Jesus é uma compilação de seus escritos sobre a experiência como moradora da favela, mãe e catadora de papel. Importante para os estudos culturais e sociais no Brasil e no exterior, o trabalho foi traduzido para 13 idiomas. A obra foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, que encontrou cerca de 20 cadernos escritos como diários enquanto pesquisava sobre favelas na margem do rio Tietê. Esses cadernos se tornaram o livro Quarto de Despejo, publicado em 1960 e com grande número de vendas.

Em um ambiente dominado por homens brancos da elite econômica, uma mulher negra favelada abriu caminho no mercado editorial, demonstrando a importância das vozes dessa parcela da população. O trabalho de Carolina Maria de Jesus sugere que as mulheres, pessoas negras e faveladas têm direito e habilidades para adentrar o mundo da produção de conhecimento e circulação de ideias.

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Quem me dera quedas d’água: notas sobre a peste

O terceiro livro de Helena Silvestre, finalista do Jabuti em 2020 por Notas sobre a Fome, aborda temas como a pandemia e as questões raciais por meio de notas organizadas pela autora. Helena nasceu em Mauá (SP) e é ativista das lutas por terra e território em favelas e ocupações desde os 13 anos de idade. Feminista afroindígena, coeditora da Revista Amazonas no Brasil, educadora popular na Escola Feminista Abya Yala e integrante do Sarau do Binho.

Essas autoras apresentam perspectivas importantes para entendermos o mundo ao nosso redor. Suas experiências oferecem um olhar diferente sobre a sociedade, nos mostrando que há muitas histórias para serem contadas e que não podemos permitir que vozes sejam silenciadas.

Obra Autora Ano de publicação
Quarto de despejo: Diário de uma favelada Carolina Maria de Jesus 1960
Quem me dera quedas d’água: notas sobre a peste Helena Silvestre 2022
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Nessa tabela, apresentamos duas obras escritas por mulheres que vivem nas periferias do Brasil. A primeira delas é “Quarto de despejo: Diário de uma favelada”, de Carolina Maria de Jesus, publicado em 1960. O livro é um diário da autora sobre sua experiência como moradora da favela, mãe e catadora de papel. Já a segunda obra é “Quem me dera quedas d’água: notas sobre a peste”, de Helena Silvestre, publicado em 2022. O livro aborda assuntos como a pandemia e as questões raciais, e nos convida a refletir sobre a realidade da população vulnerável em meio à pandemia. Ambas as autoras apresentam perspectivas importantes para entendermos o mundo ao nosso redor e suas experiências oferecem um olhar diferente sobre a sociedade.

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