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Os Estados Unidos tiveram um aumento de mais de 40% nos casos de proibições a livros em 2022, segundo um estudo realizado pela associação de bibliotecas do país. Essa pressão por parte de grupos conservadores resultou na contestação de 2.571 títulos em diversas prateleiras de estados americanos. A maioria dos livros censurados aborda diversidade sexual ou racial, e tal situação foi criticada pelo presidente Joe Biden durante sua campanha à reeleição.
A lista de livros cerceados inclui tanto clássicos, como O Olho Mais Azul, de Toni Morrison, e O Sol É para Todos, de Harper Lee, quanto obras recentes, como Gênero Queer, de Maia Kobabe, e Outros Jeitos de Usar a Boca, de Rupi Kaur. No Brasil, uma universidade privada em Goiás retirou o livro Eu Receberia as Piores Notícias de Seus Lindos Lábios, de Marçal Aquino, da lista de obras literárias recomendadas após pressão do Deputado Gustavo Gayer.
A presidente da Câmara Brasileira do Livro afirma que o caso brasileiro segue uma lógica semelhante à dos Estados Unidos e defende que os grupos conservadores não têm o direito de tolher o que as pessoas vão ler. Ela lamenta qualquer tipo de proibição e ressalta que as editoras indicam faixas etárias adequadas em seus livros quando voltados para jovens.
Adriana Ferrari, vice-presidente da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, destaca que a ausência de políticas públicas voltadas às bibliotecas é o início do cerceamento. Ela enfatiza que no Brasil pouco se encampa a defesa do direito à leitura e às bibliotecas, enquanto nos Estados Unidos essas constituem pautas históricas.
Em 2020, a federação de bibliotecários liderou uma iniciativa que solicitava relatos anônimos de iniciativas de censura sofridas por profissionais. O relatório final destacou casos de retirada de livros de Karl Marx, quadrinhos como Persépolis e coletâneas como Extraordinárias: Mulheres que Revolucionaram o Brasil.
Censurar livros limita o livre debate e impede que ideias diversas e importantes sejam compartilhadas e discutidas. A liberdade intelectual deve ser preservada e a pluralidade do mercado incentivada para garantir uma sociedade mais informada e crítica. Ainda há muito a ser feito para proteger o direito à leitura e garantir o acesso à informação em todo o mundo.
País | Número de títulos contestados | Motivo principal |
---|---|---|
Estados Unidos | 2.571 | Diversidade sexual ou racial |
Brasil | 1 | Pressão política |
Com informações do site UOL.